quarta-feira, 21 de agosto de 2013

ANÁLISE GEAR OF WAR 2

Sinopse:
 Ao lado das seqüências de Halo, Gears of War foi o game que tornou o Xbox 360  o console vencedor em popularidade na guerra entre as máquinas de nova geração de Microsoft e Sony. Ciente do valor estratégico de sua criação, a desenvolvedora Epic Games não correu riscos. A aguardadíssima seqüência, Gears of War 2, lançada com toda a pompa de blockbuster, não tenta reinventar a roda - apenas aperfeiçoa o que já beirava a perfeição.

Na trama, mais uma vez, os jogadores controlam Marcus Fenix, líder do esquadrão Delta, uma das mais eficientes unidades do esforço de guerra humano contra as forças dos Locust, os nativos subterrâneos do planeta colonizado por terráqueos Sera. A história começa seis meses após a vitória humana em Gears of War... Mas a guerra está longe de ser vencida. Os Locust têm uma nova estratégia em operação: o uso de uma nova e terrível arma, capaz de afundar cidades inteiras. Sem alternativa, as forças terrestres preparam-se então para a ofensiva militar, levando a batalha ao coração das cidades subterrâneas de seus inimigos.

O roteiro, é possível perceber a partir da própria sinopse, está melhor trabalhado. O quadrinista Joshua Ortega, com passagens pelas principais editoras de quadrinhos dos Estados Unidos, cuidou da história e tentou dar alguma profundidade aos personagens. Mas enquanto o detalhamento do cenário é extremamente bem-vindo e intrigante, a idéia de humanizar os soldados de Marcus Fenix não faz muita diferença - eles são tanques de guerra e é exatamente isso que esperamos deles. Tome como exemplo a criação de um novo personagem, um novato genérico. O texto tenta o tempo todo - seja nas cenas entre fases ou durante as batalhas - nos aproximar dele. Mas quando ele encara um destino ácido (literalmente), não desperta qualquer emoção. Já o que acontece com o samoano truculento Tai, cujo design é excepcionalmente bem feito, é chocante e emblemático.

Mas se o visual supera a narrativa em Gears of War 2 em qualquer momento, isso não significa que ela seja esquecida. Seu uso é apenas apenas mais sutil que a maioria dos jogos de tiro. As missões são divididas de forma a capturar a atenção do jogador, deixando-o em um ponto em que fica difícil, por mais cansado que o usuário esteja, desligar o console. É a estratégia de "cliffhangers" que boas séries de televisão como Lost e Prison Break empregam tão bem: Deixe a tensão da cena em suspenso para manter a curiosidade sobre o que vem a seguir.

A cada cena essa insistência em ficar é recompensada. Os cenários mudam com a freqüência certa, assim como as missões. Ok, elas não variam muito e geralmente envolvem passar pelas forças Locust - mas a maneira com que elas se desenvolvem e as surpresas que chegam de maneira cinematográfica e dramática a todo instante dão um ar de renovação a cada seqüência. A Epic sabe também como colocar momentos bem distintos para quebrar o estilo, mantendo o interesse. Observe as fases no túnel mal iluminado, no depósito chuvoso, na cidade afundada ou no interior do monstro, por exemplo.

Quanto à jogabilidade, não há nada de bombástico em relação ao primeiro. Foram incluídos os duelos de serra-elétrica, o sistema de "escudo de carne" - no qual é possível apanhar inimigos feridos para usar como defesa -, algumas melhorias no sistema de cobertura e novas armas. Novamente, não havia razão mesmo para mexer no que já funcionou tão bem. Alterações mais significativas foram realizadas apenas no módulo multiplayer, com novos mapas, armas (lança-chamas, escudos, granadas de proximidade, pistolas explosivas...), finalizações e formatos (no clássico "capture the flag" a bandeira é um personagem armado com um calibre 12).

Pra completar, o visual está impressionante. O já lendário designer Cliff Bleszinski aprimorou os gráficos tendo o realismo como objetivo, o que amplia a aura documental do jogo. Correr de cabeça baixa pelo campo de batalha, a câmera tremendo a cada passo logo atrás, é uma experiência e tanto. Com essa mistura de atmosfera, gráficos e um sistema de jogo que funciona com naturalidade, Gears of War 2 entra no seleto grupo dos games indispensáveis de 2008, ao lado de Metal Gear Solid 4, Fallout 3, Dead Space e Grand Theft Auto IV.

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